quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Homologação RNAV

Ladies and Gentlemen,

Buscando sempre adquirir mais conhecimento decidi realizar um "reflesh" a respeito da homologação RNAV, pois, há algum tempo já havia estudado a respeito, entretanto, julgo ser importante estarmos sempre revisando a matéria. Dentro os sites visitados, encontrei uma matéria interessante que estarei postando abaixo para que todos leiam. Selecionei essa matéria por julgar que ela foi bem elaborada e esta bem resumida, porem, assim como eu fiz, aconselho a todos ler os documentos oficiais que tratam do assunto "RNAV, RNP, PBN".

Boa leitura a todos.

"Continuei a buscar informações sobre PBN em geral e descobri algumas coisas que estão me ajudando a entender melhor a matéria, e que podem ser interessantes para alguns, incluindo o colega PullUp.

Li atentamente toda a IS 91-001C da ANAC, as AIC's 17/11, 26/09, 06/11 e 08/09 do DECEA, o Performance-Based Manual (PBN) da ICAO e o RNP AR APCH Manual da ICAO. E o que entendi é basicamente o seguinte:

A navegação baseada em performance (PBN) corresponde a um novo modelo de navegação no qual existem várias "categorias" de espaços aéreos que demandam equipamentos específicos das aeronaves para serem utilizados. Ou seja, para se voar em cada um desses diferentes espaços aéreos, os sistemas de navegação de cada aeronave devem ser compatíveis com o espaço aéreo a ser voado.

Atrelado a cada uma dessas categorias de espaço aéreo há um nível de “accuracy” do equipamento, que é mais restritivo nas fases de saídas, chegadas e aproximações instrumento (por razões óbvias), e menos restritivo nas fases em rota.

Existem duas especificações para PBN, que são RNAV e RNP. Elas diferem entre si apenas pelo fato de os equipamentos RNAV não disporem de função de monitoramento e alerta à tripulação de degradações de sua “accuracy”, função necessariamente disponível em equipamentos RNP.

Tais categorias PBN são as seguintes:

RNAV 10 - Especificação destinada apenas a vôos em rotas oceânicas ou remotas. O nível de “accuracy” corresponde a 10 NM do centro ou eixo da rota. Restrito a navegação INERCIAL ou GNSS.

RNAV 5 – Especificação destinada a vôos em rotas continentais e, excepcionalmente, a procedimentos de chegada STAR até o limite de 30 NM do aeródromo de destino. O nível de “accuracy” corresponde a 5 NM do centro ou eixo da rota. Pode se basear em um sensor apenas (ex: só GNSS, ou só INS/IRS) ou em dois ou mais sensores trabalhando em paralelo (GNSS, DME/DME, VOR/DME, INS/IRS ou LORAN C).

RNAV 2 – Especificação destinada a vôos em rotas continentais, procedimentos de chegada em terminal (STAR’s) e saídas instrumento (SID’s). O nível de “accuracy” corresponde a 2 NM do centro ou eixo da rota. Pode se basear em um sensor apenas (ex: só GNSS, ou só DME/DME) ou em dois ou três sensores trabalhando em paralelo (GNSS, DME/DME, DME/DME/IRU).

RNAV 1 - Especificação destinada a vôos em rotas continentais, procedimentos de chegada em terminal (STAR’s), saídas instrumento (SID’s), e para os segmentos de aproximação inicial, intermediário e aproximação perdida em aproximações instrumento (IAC’s). O nível de “accuracy” corresponde a 1 NM do centro ou eixo da rota. Pode se basear em um sensor apenas (ex: só GNSS, ou só DME/DME) ou em dois ou três sensores trabalhando em paralelo (GNSS, DME/DME, DME/DME/IRU).

RNP 4 - Especificação destinada apenas a vôos em rotas oceânicas ou remotas. O nível de “accuracy” corresponde a 4 NM do centro ou eixo da rota. Restrito a navegação por GNSS. Presença de sistema automático de monitoramento e alerta de degradação de “accuracy”.

Basic RNP 1 - Especificação destinada a procedimentos de chegada em terminal (STAR’s), saídas instrumento (SID’s), e para os segmentos de aproximação inicial, intermediário e aproximação perdida em aproximações instrumento (IAC’s). O nível de “accuracy” corresponde a 1 NM do centro ou eixo da rota. Pode se basear em um sensor apenas (ex: só GNSS, ou só DME/DME) ou em dois ou três sensores trabalhando em paralelo (GNSS, DME/DME, DME/DME/IRU). Presença de sistema automático de monitoramento e alerta de degradação de “accuracy”.

RNP APCH – Especificação destinada apenas a aproximações instrumento (IAC’s) sem guia vertical. Há 4 níveis de “accuracy” dependendo do segmento da aproximação. 1 NM para o segmento inicial, 1 NM para o intermediário, 0.3 NM para o segmento final e 1 NM para a aproximação perdida. Restrito a operação por GNSS. Presença de sistema automático de monitoramento e alerta de degradação de “accuracy”. São considerados procedimentos de não precisão (NPA).

RNP APCH com BARO-VNAV – Especificação destinada apenas a aproximações instrumento (IAC’s) com guia vertical barométrica. Há 4 níveis de “accuracy” dependendo do segmento da aproximação. 1 NM para o segmento inicial, 1 NM para o intermediário, 0.3 NM para o segmento final e 1 NM para a aproximação perdida. Restrito a operação por GNSS. Presença de sistema automático de monitoramento e alerta de degradação de “accuracy”.  São considerados procedimentos de aproximação e pouso com guia vertical (APV). A guia vertical é normalmente especificada como um vertical path angle (VPA) de aproximadamente 3º a partir do ponto de referência (RDH). Limites mínimos e máximos de temperatura aplicáveis. Presença de DA/DH e OCH. São compatíveis com aproximações ILS CAT I.

RNP AR APCH com RF – Especificação destinada apenas a aproximações instrumento (IAC’s) com guia vertical barométrica. Necessidade de autorização especial para realização de tais procedimentos. Há 4 níveis de “accuracy” ainda mais restritivos, resultando em procedimentos extremamente precisos, destinados a locais onde há enormes restrições de relevo e/ou obstáculos: 0.1 NM para o segmento inicial, 0.3 NM para o intermediário, 0.1 NM para o segmento final e 0.1 NM para a aproximação perdida. Restrito a operação por GNSS. Presença de sistema automático de monitoramento e alerta de degradação de “accuracy”.  São considerados procedimentos de aproximação e pouso com guia vertical (APV). A guia vertical é normalmente especificada como um vertical path angle (VPA) de aproximadamente 3º a partir do ponto de referência (RDH). Limites mínimos e máximos de temperatura aplicáveis. Presença de DA/DH e OCH. São compatíveis com aproximações ILS CAT II e III. Presença de curvas definidas pelo tamanho de seu raio em NM (Radius to Fix – RF).

RNP AR APCH sem RF - Especificação destinada apenas a aproximações instrumento (IAC’s) com guia vertical barométrica. Necessidade de autorização especial para realização de tais procedimentos. Há 4 níveis de “accuracy” ainda mais restritivos, resultando em procedimentos extremamente precisos, destinados a locais onde há enormes restrições de relevo e/ou obstáculos: 0.1 NM para o segmento inicial, 0.3 NM para o intermediário, 0.1 NM para o segmento final e 0.1 NM para a aproximação perdida. Restrito a operação por GNSS. Presença de sistema automático de monitoramento e alerta de degradação de “accuracy”.  São considerados procedimentos de aproximação e pouso com guia vertical (APV). A guia vertical é normalmente especificada como um vertical path angle (VPA) de aproximadamente 3º a partir do ponto de referência (RDH). Limites mínimos e máximos de temperatura aplicáveis. Presença de DA/DH e OCH. São compatíveis com aproximações ILS CAT II e III.

ESPECIFICAÇÕES RNAV PARA PREENCHIMENTO DO PLANO DE VÔO.

A1 - RNAV 10 (RNP 10)

B1 - RNAV 5 – Todos os sensores permitidos
B2 - RNAV 5 GNSS
B3 - RNAV 5 DME/DME
B4 - RNAV 5 VOR/DME
B5 - RNAV 5 INS ou IRS
B6 - RNAV 5 LORAN C

C1 - RNAV 2 – Todos os sensores permitidos
C2 - RNAV 2 GNSS
C3 - RNAV 2 DME/DME
C4 - RNAV 2 DME/DME/IRU

D1 - RNAV 1 – Todos os sensores permitidos
D2 - RNAV 1 GNSS
D3 - RNAV 1 DME/DME
D4 - RNAV 1 DME/DME/IRU

ESPECIFICAÇÕES RNP PARA PREENCHIMENTO DO PLANO DE VÔO.

 L1 - RNP 4

O1 - Basic RNP 1 – Todos os sensores permitidos
O2 - Basic RNP 1 GNSS básica
O3 - Basic RNP 1 DME/DME básica
O4 - Basic RNP 1 DME/DME/IRU básica

S1 - RNP APCH
S2 - RNP APCH com BARO-VNAV

T1 - RNP AR APCH com RF (especial autorização requerida)
T2 - RNP AR APCH sem RF (especial autorização requerida)

Conclui-se que, para que possam ser realizadas operações PBN completas (sem utilização de navegação RAW DATA), desde a decolagem até o pouso, uma aeronave deve ter, no mínimo, as seguintes especificações:

RNAV 10 ou RNP 4 (Vôos em rotas remotas ou oceânicas);
RNAV 5 ou RNAV 2 (Vôos em rotas continentais e STAR’s com precisão média);
RNAV 1 ou Basic RNP 1 (STAR’s com grande precisão e IAC’s de precisão média)
RNP APCH ou RNP APCH com BARO-VNAV (IAC’s com grande precisão)
RNP AR APCH com ou sem RF (IAC’s com precisão máxima).

Um exemplo de plano de vôo para uma ACFT completamente equipada PBN seria:

PBN/ A1 B2 B3 O2 O3 S2 T1

Ou

PBN/ L1 C2 C3 D2 D3 S1 T2

Para se descobrir que equipamentos estão instalados numa determinada aeronave deve-se recorrer aos manuais e documentos que a acompanharam na aquisição. Se não estiver expresso nesses documentos quais dos equipamentos/sensores acima estão instalados na aeronave, pode ser solicitada na ANAC uma análise de capacidade instalada na ACFT para elegibilidade PBN. Uma outra alternativa é a que mencionei em post anterior nesse mesmo tópico. É consultar o arquivo de aeronaves habilitadas PBN disponível no site do CARSAMMA e anotar os códigos dos equipamentos relacionados àquela matrícula consultada.

Uma notícia que li no site da APPA é que foi solicitada à ANAC isenção da necessidade de obtenção de LOA PBN. Parece que o processo está em análise, mas atualmente, é preciso ainda obter uma LOA PBN junto à ANAC para operação regular.

Espero ter contribuído um pouco. Caso haja incorreções ou interpretações erradas de minha parte, peço a gentileza de corrigirem."

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